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Sobre as Drogas e o Corpo Astral

(Frater 939)

Tradução: Soror EAEA a.k.a. Mônica Rocha

Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei.

 

“TODAS as Coisas estão entrelaçadas. O mais espiritual Pensamento em tua Alma (Eu falo como um Tolo) é também uma materialíssima Mudança no Sangue ou no Cérebro. Cólera torna o sangue ácido; Ódio envenena o Leite da Mãe; tal como Eu já mostrei em reverso, como a Perturbação de uma Função física altera os estados de Consciência.”Liber Aleph, De Harmonia Animæ Cum Corpore, Capítulo 52.

Premissa: O simulacro, chamado Corpo Astral, é desfavoravelmente afetado por certas drogas e por certas doenças físicas.

Aqueles estudantes que já estão sob minha orientação por algum tempo podem testemunhar sobre a minha insistência em não fazerem práticas mágickas quando estão doentes, ou quando têm que usar certos remédios que inibem o sistema nervoso central. Estes tipos de drogas incluem: analgésicos baseados no ópio, drogas narcóticas sintéticas utilizadas para tosse ou para a dor, certos anti-histamínicos (usados para combater reações alérgicas) etc.  Por via de regra, se o efeito do remédio no sistema nervoso central for diminuir de forma significativa o estímulo ou o impulso sensorial, então o uso deste medicamento deve ser evitado durante práticas mágickas tais como: projeção astral, rituais de banimento, rituais de invocação e outras práticas ativas de meditação. A ação destas drogas causa a diminuição do controle das funções sutis do cérebro que percebem e monitoram atividades assim-chamadas “espirituais”. Atividades espirituais devem ser em geral definidas como ações pelas quais um indivíduo tenta se tornar consciente e capaz de manipular energias sutis (campos de energia), os quais magistas dizem existir simultaneamente com fenômenos e percepções naturais, como por exemplo, Espíritos, habitantes do Astral, Dæmons, Genii e várias outras egrégoras.

Com as percepções insensibilizadas pelas drogas, o operador se torna enfraquecido em sua capacidade de apreender os corpos sutis (campos de energia), assim como na capacidade física/animal do seu corpo. Tal enfraquecimento permite a abertura de lacunas ou fissuras através das quais poderão fluir ideias obsessivas e correntes que vão contra a corrente na qual o operador está tentando trabalhar. Estas lacunas também permitirão que caminhos para o delírio ilusório tomem controle do operador. O resultado destes descaminhos é fácil de se verificar. O delirante, estando, portanto, obcecado ou simplesmente “desnorteado”, chega a fazer certas hipóteses e formar conexões que, por serem falsas, só podem ser desfeitas ou refeitas mais depois do fato. A quantidade de caminho a ser andado e tempo desperdiçado neste tipo de cenário é monumental.  Melhor seria adiar uma prática do que fazê-la debilitado, pois este adiamento significa apenas um pequeno atraso se comparado com o potencial de subtração do retrocesso que fazer uma prática debilitado representa.

Meus estudantes também consideram minhas advertências sobre os riscos de substâncias psicotrópicas. Estas substâncias estimulam o sistema nervoso central e, mesmo que não tendam a induzir a falta de controle, elas apresentam outros riscos debilitantes para o magista novato. Substâncias psicotrópicas tendem a causar uma aberração no controle. Em outras palavras, uma substância psicotrópica, como um estimulante, tende a confundir o operador no sentido em que um fenômeno pareça ser algo, quando na realidade é outro.  A causa dos problemas resultantes de drogas em trabalhos mágickos é a mesma para estimulantes e calmantes. O problema resulta das conexões errôneas que se formam no cérebro durante o uso dessas drogas e estas conexões errôneas devem primeiro ser desfeitas antes que qualquer progresso seja feito com as conexões corretas. Dependendo do nível de controle (a quantidade de conexões eficazes no cérebro) que o operador já tenha estabelecido, através de práticas de concentração, meditação, banimento e invocação, a tendência a formar conexões falsas diminui ao ponto em que substâncias psicotrópicas servem como coadjuvantes em operação específica. Perceba que o aspirante inexperiente (aquele que ainda está formando conexões corretas no cérebro) deve evitar tal uso e desenvolver a habilidade de alcançar tais estado necessários para o trabalho astral, meditação etc., sem o uso de substâncias psicotrópicas, para formar conexões corretas. Somente o operador mais experiente é quem pode usar tais substancias de uma forma que poderá, e eu repito poderá, adicionar algum valor ao trance ou experiência nas quais ele esteja trabalhando.

Uma forma bem mais útil de aplicar substâncias psicotrópicas seria usá-las para romper círculos de pensamentos ou “re-criar” processos mentais que estejam esgotados ou estéreis. Este uso “recreativo” pode ser válido para qualquer aspirante, simplesmente não estando dentro do contexto de rituais ou práticas, mas como uma forma de adoração assim como definida em Liber AL (c.f. “Wine and Strange Drugs” para maiores informações). Este tipo de higiene mental é claramente útil, somente tendo como risco as precauções acima mencionadas. Fique atento a estas advertências, cumpra com as condições e estas substâncias poderão aumentar sua capacidade de encarar a tarefa árdua que existe entre você e o Adorado. Caso você não se atente, você certamente será atirado fora da Senda e se encontrará afundado nas cascas das qliphots, incapaz de livrar-se do ser delirante criado por suas ilusões.

 

Amor é a lei, amor sob vontade.